Plataforma Continental Texto por Raissa Campos
A plataforma continental representa a extensão submersa dos continentes, sendo normalmente uma região bastante plana, com gradientes inferiores a 1:1000. Essa região é delimitada desde a linha de praia até um local em que ocorre um aumento substancial do gradiente (a quebra da plataforma continental), onde se inicia o talude continental. |
A profundidade de quebra da plataforma varia de local para local, situando-se em profundidades médias em torno de 130. A largura da plataforma também varia, sendo bastante larga em alguns locais, indo de poucos quilômetros até mais de 400km.
Figura adaptada (Fonte) |
As variações de relevo são relativamente pequenas, e a topografia atual é reflexo da erosão e sedimentação ocorridas com a variação do nível do mar no quaternário. A profundidade da região de quebra sugere que essa zona representa o nível de mar mais baixo ocorrido durante a última glaciação, quando eventos erosivos e deposicionais atuaram nessa região. No Brasil, a plataforma mais larga está localizada na foz do Amazonas, atingindo 330km, sendo que em Salvador está localizada a plataforma mais estreita do mundo: 8km. A profundidade de quebra da plataforma varia de local para local, situando-se em profundidades médias em torno de 130. A largura da plataforma também varia, sendo bastante larga em alguns locais, indo de poucos quilômetros até mais de 400km. |
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Ambientes da Plataforma Continental
Os ambientes existentes na plataforma continental podem ser subdivididos em bentônico, que é aquele relacionado ao fundo, compreendendo também a porção entremarés, além do sublitoral, que se estende até a quebra da plataforma, e nerítico, que ocupa a coluna d'agua acima da plataforma continental (sendo uma subdivisão do ambiente pelágico, que corresponde à coluna d'água do oceano como um todo). A organização e distribuição da biosfera marinha pode ser abordada de diversas formas. Uma das maneiras é a classificação quanto à motilidade em planctônicos, nectônicos e bentônicos.
O plâncton pode ser definido como organismos que flutuam passivamente ou nadam fracamente na coluna d'agua, como as algas unicelulares, águas-vivas. O grupo pode ser dividido em fitoplâncton - fotossintetizantes - e zooplâncton. Esses organismos constituem a base da cadeia trófica, sendo produtores primários e consumidores primários, respectivamente. A produção primária é limitada por dois fatores no ambiente marinho: disponibilidade de luz e nutrientes. As regiões costeiras são mais ricas que as áreas oceânicas, devido principalmente ao aporte de sedimento terrestre. Regiões muito produtivas são encontradas em locais onde ocorre ressurgência, que é a subida de águas profundas, ricas em nutrientes, para locais mais rasos. Esse fenômeno ocorre devido a uma combinação dos padrões de circulação atmosférica e oceânica em combinação com a rotação da Terra, ocorrendo principalmente nas costas localizadas a oeste dos continentes. A produção primária na costa brasileira pode ser considerada bastante baixa. A Corrente do Brasil, que banha a costa leste brasileira, é pobre em nutrientes, devido ao fato desse ter sido consumido ao longo do percurso do giro subtropical do Atlântico Sul, desde a região antártica e africana, até a costa brasileira.
O nécton, assim como o plâncton, habita o ambiente nerítico, porém são capazes de superar os movimentos do oceano, locomovendo-se. A composição desse grupo é bastante diversificada, englobando desde moluscos cefalópodes, como lulas, os peixes, até os mamíferos marinhos, como a baleia e aves marinhas, como pinguins e albatrozes.
O bentos é o conjunto de organismos que vivem associados ao fundo. Cerca de 95% das espécies marinhas pertencem a esse grupo. As condições no ambiente sublitoral são relativamente constantes, porém a ação das ondas ainda pode ser sentida do fundo, principalmente daquelas de águas rasas. Os organismos dominantes no sublitoral de fundo inconsolidado são os anelídeos poliquetas tubículas e escavadores, crustáceos de vários grupos, equinodermos como os ofiúros, ouriços, bolachas-da-praia e estrelas do mar e moluscos, principalmente bivalves escavadores e alguns gastrópodes.
Referências Bibliográficas
O Planeta Azul - Uma Introdução as Ciências Marinhas - João Marcos Miragaia Schmiegelow. 2004. Editora Interciência.