Por definição da ONU (Organização das Nações Unidas) a poluição marinha é a introdução direta ou indireta pelo homem, de substâncias ou energia no meio marinho (podendo ser estuário), resultando em efeitos deletérios, como danos aos recursos vivos, perigo a saúde humana, prejuízo da qualidade no uso da água do mar e redução das atividades recreativas.

Desde o aparecimento do homem, diversos resíduos têm sido produzidos e lançados nos rios, nos mares ou na atmosfera, dentre os quais vários se mostraram tóxicos. Pelo fato da maioria dos grandes centros urbanos estarem localizados em regiões costeiras e geralmente próximos à baías, estas áreas são, comparativamente aos oceanos, as mais vulneráveis ao impacto da poluição.

Os principais poluentes da zona costeira e seus efeitos são:

O petróleo lançado nas águas forma uma fina camada superficial, impedindo a troca de gases entre a água e o ar.  Como conseqüência, o fitoplâncton é impedido de respirar e de realizar fotossíntese e isso tem sérias consequências para a cadeia trófica.

Os peixes e outros animais marinhos são igualmente afetados, pois o óleo pode recobrir seus órgãos respiratórios, impedindo que eles recebam oxigênio. As aves por sua vez são impedidas de voar e perdem a proteção natural da pele devido ao óleo que fica impregnado em suas penas.

Se o petróleo chegar a penetrar  no solo, o dano será ainda maior, primeiro porque minimizar os efeitos dessa poluição é ainda mais difícil e segundo porque o acúmulo de hidrocarbonetos no solo pode  impedir  a nutrição das plantas que recebem os nutrientes por suas raízes, além de exterminar a comunidade bentônica da região afetada.

Fonte: DOMINGUEZ, J.M.L. Notas de aula de processos sedimentares na zona costeira. Universidade Federal da Bahia: 2009

O grupo dos pesticidas engloba um grande número de produtos empregados no combate às pragas. Estas substâncias são freqüentemente classificadas de acordo com o organismo alvo sobre o qual irão atuar (bactericidas, fungicidas, algicidas, inseticidas e herbicidas) ou por sua natureza química organoclorados, organofosforados etc.

Alguns dos principais problemas relacionados aos pesticidas são a sua alta persistência no ambiente e o grande potencial de bioacumulação, dentre outros efeitos subletais a longo prazo.

Fonte: Lora Santiago

 

O termo metal pesado tem sido usado para designar os elementos metálicos que têm densidade maior que 5gml-1. Assim como os pesticidas, os metais pesados são considerados poluentes conservativos.

Normalmente as concentrações dos metais pesados são maiores nas águas costeiras que nas oceânicas e as concentrações tendem a ser tanto menos quanto mais distantes se está da desembocadura de um rio. Em muitas ocasiões, este tipo de poluição tem inviabilizado atividades econômicas, como a pesca e a maricultura.

Os metais pesados apresentam efeitos subletais e causa anormalidades de crescimento. O aparecimento de doenças degenerativas são observados principalmente em crianças recém nascidas, residentes em cidades costeiras com grande desenvolvimento urbano.

Fonte: RĂ¡dio Moreno

 

Os esgotos contêm, além das fezes humanas, restos de alimentos, sabões e detergentes, sendo considerados o principal fator poluente das águas em regiões densamente povoadas.

Os esgotos não tratados são responsáveis pela grande entrada de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, nos ecossistemas costeiros. Como conseqüência ocorre a proliferação de fitoplâncton que por sua vez ocasiona uma grande mortandade da fauna local. Este processo é denominado de eutrofização.

O esgoto doméstico, além de causar problemas de eutrofização, contamina os lençóis freáticos, cada vez mais escassos, e aumentam a quantidade de doenças.

Os plásticos jogados indiscriminadamente no litoral é um grande causador de mortes de taratarugas, aves e peixes que ao verem o material plástico boiando pensam que é alimento e se engasgam.

Muitas indústrias utilizam a água do mar para o resfriamento de suas máquinas, como a usina nuclear de Angra dos Reis e a Álcalis, em Arraial do Cabo. Apesar de não entrar em contato com nenhum poluente, o simples aumento da temperatura da água quando despejada no mar pode alterar significativamente o ecossistema marinho ao seu redor.

O grau de impacto sobre o ambiente marinho e seus organismos depende diretamente da quantidade de água a ser despejada. O principal efeito deste tipo de poluição é o de ocasionar mudanças drásticas na biota local, podendo levar ao desaparecimento de espécies, diminuindo a diversidade local.

O aumento da temperatura pode ocasionar também o aumento da atividade  de poluentes químicos, ocasionando uma nova série de problemas (inclusive a proliferação de microorganismos tóxicos, como dinoflagelados).

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