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Apesar de ser considerada uma atividade moderna, o turismo é um fenômeno tão antigo quanto à própria civilização. É um fenômeno global, com repercussões sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais, que envolve o deslocamento provisório de pessoas entre diferentes regiões por motivações diversas. Esta prática tem influência sobre os diversos ambientes, muitas vezes negativamente, mas apesar disso, tem sido defendida, devido principalmente ao seu evidente poder de geração de emprego, renda e crescimento econômico, elevando assim a renda per capita e aumentando as receitas estaduais.

No Brasil e em diversos outros países, o turismo é um dos mais relevantes setores da atividade econômica e sua contribuição para a geração de riquezas pode ser percebida de múltiplas maneiras. A região Nordeste, por exemplo, é constantemente lembrada pelo seu potencial turístico, devido aos seus atributos culturais, naturais e a abundância de mão-de-obra barata. Atualmente, o Brasil não tem uma única porta de entrada no turismo. Além do circuito de sol e praia, mundialmente famoso existem outras vertentes que também fazem parte da diversificação do setor, afinal, são poucos os países com um litoral tão extenso, rico em biodiversidade e com grande potencial para o desenvolvimento de atividades sustentáveis. No entanto, a maioria dos empreendimentos e projetos realizados nessa área não foram planejados no intuito de diminuir os impactos ambientais e sociais. Para compreender o turismo é necessário tratá-lo como um fenômeno complexo que envolve a ocupação imobiliária, a alterações locais da paisagem e das comunidades, o aumento demográfico sazonal, e o conseqüente aumento na produção de esgoto e lixo, sinalizando que o impacto ambiental vai além da região da praia.

Recentemente o Governo Federal tomou a decisão de transferir aos municípios litorâneos o controle ambiental da faixa de 33 quilômetros a partir da linha da maré. Esse é um avanço importante para a preservação da costa e indica ser uma iniciativa promissora. Entretanto, essa medida por si só não é suficiente para promover o crescimento sustentável do litoral brasileiro em geração de emprego e renda, muito menos para solucionar todos os problemas da devastação ambiental. É preciso estabelecer processo de gerenciamento da costa amplo e incentivar políticas públicas integrando o governo federal, estadual, municipal, ONGs, empresas e comunidade. Ao contrário de outros ecossistemas brasileiros, o litoral ainda não estabeleceu um modelo de sustentabilidade que proteja plenamente seus recursos naturais. Assim, é cada vez mais importante realizar um mapeamento completo ao longo dos oito mil quilômetros da orla, valorizando os aspectos socioculturais das comunidades locais e preservando o patrimônio histórico, por intermédio de práticas sustentáveis sendo que  as comunidades locais devem participar do processo de implantação dos empreendimentos, para que suas necessidades sejam compreendidas.